Hoje escrevo
para relatar como foi a minha segunda transferência.
Algumas podem
ficar assustadas, porque afinal de contas minha filha nem mesmo completou 2
anos. Mas é isso mesmo, já estávamos desejando o segundo bebê!
Em maio estive
na ProSer, conforme as postagens anteriores, foi nessa clínica que realizei o
meu primeiro procedimento e onde tenho congelado os outros embriões. Consultei
com o Dr. Link, onde tirei dúvidas como iria funcionar a segunda transferência.
Ele me explicou
que nessa segunda etapa faríamos a transferência aproveitando o ciclo natural,
já que na primeira vez eu precisei tomar alguns remédios para incentivar o
aumento da produção de folículos e simular um ciclo natural.
Com isso, nessa
segunda transferência (conforme o meu caso), eu precisaria apenas aplicar uma
injeção de choriomon (R$230,00), aplicar um óvulo de ultrogestan (adquirimos 90
óvulos – comprimidos – pois na primeira vez segui aplicando-o na vagina por
algum tempo após a transferência, R$135,63) e realizar o exame para verificação
do zica vírus (R$150,00 realizado na clínica mesmo). Este exame é uma exigência
da Anvisa.
Saí de lá
sabendo que no mês combinado, no primeiro dia da menstruação eu deveria contar
12 dias e ligar para a clínica, agendar uma eco para o 12º dia para verificar
como estaria o meu endométrio (é no endométrio que são depositados os
embriões), e assim fiz!
No dia do exame
meu endométrio foi elogiado, ele ganhou o dia (hehe). Após eu e meu esposo
passamos com o médico para receber as orientações. Onde ele nos explicou o dia
que deveria injetar o choriomon, inserir o ultrogestan e estabelecendo o dia da
transferência (8 dias depois).
Seguimos a
risca as orientações, aproveitamos para terminar de fazer algumas reformas em
casa para evitar esforços físicos após a transferência. Vou contar que parecia
que eu estava arrumando o ninho, porque até esfregar o chão eu esfreguei
(hahaha)!
Chegamos no dia
da transferência mais tranqüilos do que na primeira vez, até porque já sabíamos
como seria. Maaaaas foi nessa vez que bateu o medo. Por que? Porque o Dr. Link
anes da transferência perguntou sobre os procedimentos preparatórios, mas em
relação ao ultrogestan, tanto eu quanto meu esposo, havíamos entendido que deveríamos
ter aplicado somente um óvulo, dois dias após a injeção de choriomon. “But”
fomos informados que deveria ter sido aplicado ultrogestan desde aquele dia e
nos outros 4 dias que antecediam a transferência, ou seja, não apenas em um dia,
mas a partir daquele dia.
Nos olhamos
aflitos e pensamos, não poderemos fazer a transferência! Porém o Dr. nos explicou
que como o ciclo era natural, não haverias dificuldades, bastava aplicar
daquele dia em diante.
Transferência
realizada e orientações quanto ao repouso relativo e dia do Beta Hcg dadas,
partimos para casa na expectativa dos casais que fazem esse procedimento de
transferência.
Passei os 3
primeiros dias sem fazer quase nada, basicamente deitada e sentada para evitar esforços. Maridão
cuidando da cria, da casa e de mim, eita vidão!!!!
Passados 6 dias
da transferência comecei a sangrar, no início bem pouco. Lembrei que na primeira
vez também sangrei, então fiquei mais tranqüila porque sabia que isso poderia
acontecer. Porém, conforme vou passando o dia esse fluxo foi aumentando e
aumentando... ao ponto que estava como se eu estivesse menstruada normalmente.
Foi quando aproveitei que tinha o celular do Dr. Link e enviei mensagem a
noite. Deus sabe o quanto eu tenho horror de mandar mensagem para os médicos,
lembro que com a obstetra fiz isso raras às vezes, em casos bem pontuais e
preocupantes, assim como para a pediatra. Mas julguei que esta também era uma
situação atípica e eu precisava de ajuda.
Quem já passou
os olhos pelos outros posts anteriores, sabe o quanto eu já elogiei a ProSer e
o trabalho do Dr. Link. Mas, nesse caso, não posso ser leviana ao deixar de
relatar que dessa vez fiquei decepcionada e muito chateada com a seqüência de
situações que passarei a relatar.
Enfim, enviei
mensagem eram 19:00, mas a mesma não foi respondida. Daí imaginem o sentimento
de desespero e impotência que dá, pois você está sangrando, a coisa só aumenta
e você não tem o que fazer. Eu sei que muitas mulheres passam por isso, mas
pouco vejo relatos assim como este que estou fazendo. Uma fala/descrição franca
do que se passa.
Sabemos que a
FIV é um procedimento que aumenta as chances de gravidez, não é uma certeza e
acho que todas devemos estar preparadas o quanto pudermos para isso. Contudo, a
expectativa, os planos que fazem e a ansiedade da espera, bem como o medo
frente ao investimento que se faz (nessa transferência desembolsamos um total
de R$5.585,63, numa sentada só, entre procedimento e remédios adquiridos) é
algo inevitável.
Voltando para a
mensagem enviada, não houve retorno para a mesma. Nessa altura do campeonato
nem preciso dizer que a noite foi bem tensa, eu estava evitando até fazer xixi
para não ter que ver o sangue, porque dói!
Na manhã
seguinte liguei para a clínica e informei a minha situação. Esperei o retorno
médico, onde fui orientada a inserir mais um óvulo de ultrogestan, daí ficaria
1 pela manhã e 1 a noite. Depois o Dr. Link respondeu a minha mensagem
acrescentando que eu tomasse outro medicamento. Não preciso nem dizer que na
hora liguei para a Farmácia e pedi que mandassem o tal remédio.
Precisei
encaminhar nova mensagem porque estava com dúvida sobre a administração do
medicamento, que também demorou a ser respondida, mas vamos lá NE! O
sangramento seguiu o seu fluxo até a noite do dia seguinte, quando cessou.
Segui a rotina
de evitar esforços físicos e tomando os remédios.
Mas depois de 2
dias voltei a sangrar e, sinceramente, ali eu já sentia que essa transferência
não seria bem sucedida. Agora pela manhã fiz meu Beta e adivinheeeeemmm... é,
não deu!
Pode até
parecer que estou tranqüila, mas só lembrando que a criação desse Blog também
visou me ajudar a lidar com tudo isso lá atrás, agora não seria diferente.
Estou aqui compartilhando e desabafando.
Não deu certo!
Vamos tentar novamente, após juntarmos dinheiro. Assim segue a vida e o bonde!
FIV não é
sinônimo de 100% de certeza e devemos nos preparar para isso.
Mas o que me
deixou bem mal é saber que meus óvulos são jovens de 30 anos (os óvulos
conservam a idade de quando foram coletados) e que sou uma paciente que na
primeira tentativa anterior, onde os procedimentos foram bem mais invasivos, já
tive sucesso gestacional. Além disso, meus exames laboratoriais e de imagem
foram muito elogiados e ao descongelar os embriões nenhum foi perdido, isso
significa que eram bons embriões e as chances de sucesso aumentam. Logo, a
sensação que fiquei é que houve um descuido médico na prescrição e
administração dos medicamentos. E em relação a isso não tem o que fazer.
Que sirva de
alerta para todas nós, perguntem TUDO e quantas vezes forem necessárias, liguem
no primeiro sinal, na primeira fumaça! Pequem pelo excesso sim, porque o mais
nunca se perde! Ninguém é mais preocupado conosco do que nós mesmas. Para uns foi só mais um procedimento, mas para mim foi um aborto, foi a perda de vários planos. Foi adiar por um bom tempo um sonho!
Beijos férteis para
quem me lê!